Olá, amigos! Antes de ler começar a ler esse post, vamos ouvir uma música juntos? Clique aqui.
É um cover da música "Either Way" da banda Wilco. Uma música que amo demais e que se encaixa tão bem com esse momento que estamos vivendo.
Talvez o sol vá brilhar hoje
As nuvens se afastarão
Talvez eu não sinta tanto medo
Eu vou tentar entender
De qualquer maneira
Tudo isso que está rolando me deixou bem pensativa nos últimos dias. Tenho visto de tudo, o que é perfeitamente normal, se sem pandemia as pessoas se expressam nas redes sociais, imagina com pandemia. E estive pensando nessa necessidade de se expressar, de colocar pra fora.
Essa urgência de falar, escrever, gritar, se agigantou em todos nós. Ou em boa parte de nós. Ficar mais tempo sozinho, sem tanto contato com outras pessoas e sem poder sair de casa, certamente anda causando muitos sentimentos, a maioria não tão bons quanto a gente gostaria. E isso nos leva para um ciclo ainda pior: percebemos que estamos em uma onda de sentimento negativo e ficamos frustrados por estarmos nos sentindo desse jeito. E assim a coisa caminha, ou melhor, paralisa. Porque sentimos que não estamos caminhando coisa nenhuma, sentimos que mal podemos respirar.
Fico preocupada com pessoas que já tem algum transtorno, pessoas que já sofrem com ansiedade e depressão, por exemplo. A barra deve ser muito mais pesada. Espero que estejam se cuidando o máximo possível, do jeito que dá.
Uma das coisas que vieram me perguntar no instagram esse dias foi: "como você está conseguindo viver 'normalmente', fazer coisas, ser produtiva?". Eu fiquei pensando muito nisso desde então. A primeira coisa que me veio na mente foi "mas eu nem estou fazendo nada...", então parei para pensar um minuto. Tudo que compartilho, em qualquer rede social, é uma parte que escolho mostrar. Então, para quem está vendo tudo isso de fora, tem a sensação de que sou/estou numa super produtividade ou algo assim. Quando na verdade, desde quando entrei na quarentena, há um pouco mais de um mês, sinto o tempo me escapando de forma ainda mais intensa (e de uma maneira que jamais senti), sinto que em alguns momentos não consigo fazer absolutamente nada, nem pensar. Muitas vezes fico paralisada e pareço estar à beira de um ataque de nervos. E olha, sou muuuuito díficil de estressar, mas me senti estressada e exausta por vários dias seguidos.
Todas essas pessoas que acompanhamos nas redes sociais escolhem mostrar um lado positivo, um lado bonito. E tudo bem. Mas precisamos dar um passo para trás antes de nos compararmos ou acharmos que a pessoa está super bem. Na verdade, quase nunca está.
A TAL PRODUTIVIDADE
Uma coisa suuuuper importante nesse momento é relembrar o que é produtividade. Na nossa cabeça, de forma geral, ser produtivo significa estar sempre fazendo algo importante: trabalhando, estudando, nos dedicando à projetos, em ação, realizando coisas e mais coisas. No entanto, a verdadeira produtividade é você simplesmente fazer aquilo que é importante para você. Para você e NINGUÉM mais.
Supomos que, nessa época de quarentena, é importante que você trabalhe (provavelmente está de home office) e é importante que você durma 8h por dia. Duas coisas: trabalhar e dormir 8h por dia. Se você conseguiu trabalhar e conseguiu dormir as 8 horas, PRONTO, você está sendo perfeitamente produtivo. Ou digamos que é importante para você assistir filmes, você quer ver 3 filmes na semana, sei lá. Se você viu os filmes que queria: PRONTO, está sendo perfeitamente produtivo. Se o seu objetivo hoje é fazer porra nenhuma e chegou no final do dia e fez porra nenhuma: parabéns, você também foi produtivo. Cara, não existe um parâmetro, uma medida, um plano externo que vai dizer se você está sendo produtivo ou não. Isso, amigo, é apenas você que decide.
Não se cobre fazer mil coisas, estudar tudo, aprender uma nova habilidade, começar um novo projeto, ler 30 livros. Veja o que é realmente importante para você, para o seu dia, não importa se é assistir anime, desenhar, dançar ou se dedicar no trabalho. A gente se cobra demais e é triste nos cobrarmos de uma maneira ainda pior nessa situação em que estamos vivendo.
Vamos optar pela leveza.
Estamos precisando muito disso.
🎧 Rubel- Só para te mostrar
🎧 EmmaFrank: Come Back
Espero, de coração, que vocês todos estejam bem e que esse post possa ter atingido alguém de forma positiva.
Se cuidem, se cuidem muito!
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amei essa montagem que fez ♥ sobre produtividade: acho que no final a gente acaba se cobrando por coisas que vê os outros fazendo e acha que deveria estar fazendo também (e nem tanto pelas coisas que são de fato nossa obrigação). me peguei fazendo muito isso no começo dessa quarentena, vendo vários fotógrafos fazendo lives e falando sobre outros assuntos (fora da fotografia) pra entreter as pessoas nesse momento. me senti cobrada, sendo que nem de live no instagram eu gosto (?) e até desanimei de fazer as coisas que eu já tinha pensado em fazer (antes desse caos todo) e que seriam legais pra esse momento, mesmo não sendo uma "obrigação", afinal tudo que eu tinha para entregar para os meus clientes já foi entregue. então isso é muito doido. a comparação tá sempre rondando a gente, especialmente nesses tempos em que a gente assiste os melhores momentos da vida dos outros de camarote. eaí é bem isso que vc disse, se sentir feliz pelas coisas que nós mesmos nos dispusemos a fazer (nem que seja não fazer nada) e ficarmos satisfeitos com isso, esquecendo um pouco o que os outros estão mostrando por aí, haha
ResponderExcluirque post necessário, rita! :)
ResponderExcluiré doido como as pessoas criam narrativas sobre a gente levando em conta apenas os recortes que a gente faz na internet, né?
gosto da ideia de que o que é produtivo pra mim pode não ser pra outra pessoa. tem coisa que, pra mim, é simplesmente movimento, sabe? sei lá, ler um livro é uma forma de eu me movimentar, de me sentir viva. daí se outra pessoa me vê lendo, ainda mais na quarentena, pode criar uma narrativa toda distorcida de "olha só como ela tá tranquila e produtiva". isso daria papo pra muitos cafés!!
um abraço <3