3 coisas que aprendi com arteterapia


Existe um tipo de terapia que se encontra com a arte, com a expressão e com a criação como forma de deixar fruir, de compreender, de soltar - ou agarrar, e acima de todas as coisas: como forma de estar. Estar em um tempo presente, sentindo texturas, materialidades, sentimentos, movimentos. É uma coisa única na vida essa tal da arteterapia.

Não sou terapeuta, minha formação não é em psicologia, mas em arte. Formação que desde cedo me aproxima muito dos saberes da psicologia e cada vez mais venho me conectando com eles. A arteterapia é um desses caminhos de encanto e reconhecimento que venho trilhando.

Hoje quero compartilhar com vocês 3 coisas que a arteterapia me ensinou e que quero proporcionar também nas nossas oficinas. Todo mês teremos uma oficina voltada para a arteterapia e outra oficina focada em aquarela. As duas vão se complementando, mas quem quiser participar de uma ou de outra, tá tudo bem.

Essas oficinas acontecem dentro do meu projeto de arte & literatura, vem conhecer!


aprendi que quando me expresso, me sinto bem

hoje senti ódio

hoje senti vergonha

hoje parece que tô perdida na vida - um desamparo

hoje também senti amor

Tem dia que dá pra sentir tudo isso, e tem dia que um sentimento predomina mais que outros. Nesses últimos dias um sentimento de paz e quietude vem predominando minha alma, a cabeça tá menos agitada e o coração tá mais calmo. Percebi que passei a me expressar com desenhos mais minimalistas ou com coisas coloridas e inventivas que me trazem um bem-estar enorme.

Com a arteterapia comecei a me entender melhor, reparar mais em mim, em como estou me sentindo. Processar e expressar emoções, sentimentos e pensamentos não é algo fácil, mas é tão TÃO poderoso. Hoje, só de folhear certas páginas do meu caderno de desenho consigo traduzir muitos sentimentos meus, e consigo perceber o que estou sentindo mais claramente quando começo a desenhar ou escrever.

Estou aprendendo a acolher esses meus sentimentos e colocar importância neles, é uma jornada de vida. Ah, como eu já desprezei e neguei os meus próprios sentimentos. A partir das minhas criações, onde me dedico a expressar esses sentimentos, dando uma cara para eles no papel, essa coisa de abraça-los e entender a importância de cada um fez muito mais sentido. Mesmo os sentimentos negativos e ruins - é difícil abraçá-los, com a arte sinto que ficou mais fácil.

Olhar para certos sentimentos, situações, pensamentos, emoções que ficaram ali desenhados-pintados-colados no papel, dá um orgulho muito grande. E essa prática tem me mostrado outras formas de me organizar internamente, compreender melhor e até enxergar beleza, sabe?

Outra coisa que aprendi é que, nem sempre colocar no papel é o que mais ajuda. Muitas vezes é necessário falar: tô mais chata, talvez, mas não me calo mais. Decidi que não vou guardar certos sentimentos para depois lidar com eles na arte e na terapia. Vou falar se não gostei, se fiquei magoada, se não faz mais sentido. Daí fui percebendo o tanto de coisa que guardava e o tanto de vezes que simplesmente silenciei tudo o que sentia para não ofender ninguém, não criar nenhum conflito ou confusão.

aprendi que tenho muito medo, sim

Com a arteterapia estou entendendo que o medo é uma das bases da minha existência. E essa era uma das coisas que eu mais negava, porém comecei a ver o medo aparecendo em todo lugar, bastava pegar o papel e o lápis e lá estava ele. Eu neguei porque me achava muito mais interessante sendo corajosa, que mané medo o que! pode vir, pode mandar no peito!

Hoje entendo que ele caminha comigo para todo lado. Claro que tem situações na vida que dão muito medo mesmo e é inevitável, mas existe também um medo mais dia-a-dia que me acompanhava e que eu vivia afastando. E morria de vergonha desse medo!

Inclusive com a arte: medo de criar e não gostar, medo de criar e não ficar bom, medo de criar e ser bobo, medo de criar e ninguém gostar. Não estou dizendo que esses medos foram embora simplesmente, de maneira alguma, eles ainda me acompanham. Mas com esse processo de me expressar e me conectar comigo mesma através da arteterapia, fui aceitando viver com ele, fui percebendo coisas boas nele. Tem partes nossas que não são incríveis, mas que são nossas e vão se tornando incríveis na medida que vamos reconhecendo.

Entender melhor esse medo foi algo crucial para ser quem sou hoje. 

E tenho um orgulho enorme de mim.

aprendi que tudo muda o tempo todo

Sempre gostei de mudar as coisas ao redor: meus móveis nunca param em uma posição só. As coisas em mim - internamente e externamente - nunca são muito fixas. Sempre enxerguei isso como uma característica boa, sempre vi nisso uma abertura para aceitar - e querer - coisas outras. No entanto, é tão humano quando a gente se agarra à um sentimento/tempo/pessoa/coisa e não queremos que aquilo mude de jeito nenhum.

Porém, aprendi que minha abertura para mudanças vai até a página dois. Ou três. Quando as coisas comecam a se complicar ou dar errado, eu quero voltar imediatamente - é claro. Maaaaaaas com tudo que vivi em 2023, um olhar diferente para as mudanças se instalou de uma forma definitiva em mim. Tem coisa que dói - e muito - mas quando o olhar mudou, a dor também mudou. Não sei se está fazendo sentido tudo isso que estou compartilhando aqui, risos

Foi a arteterapia uma das coisas que me ajudou a instalar esse outro jeito de olhar para a vida e suas mudanças. Todo esse processo de conexão com a arteterapia e comigo mesma foi, e está sendo, profundamente libertador.


VEM PARTILHAR ESSE MUNDO DA ARTETERAPIA COMIGO

Data da oficina: 18/01 (amanhã - quinta)

Horário: 20h

Local: google meet

Na nossa oficina amanhã vamos aprofundar mais nesses assuntos todos e poderemos compartilhar tudo com mais detalhes. Quem se interessar por fazer as oficinas, peço que tenham paciência e se abram para o nosso encontro, não precisa falar nada, até porque escutar já é parte muito importante do processo.

Mas se abram para criar, para se expressar ali no papel com vocês mesmas.

As oficinas de arteterapia acontecem 1x no mês.

Qual material você pode trazer:

  • caderno (ou canson, sulfite)
  • caneta (uma cor só, ou variado)
  • lápis de cor
  • giz pastel
  • tintas
  • papéis diversos para colagem

Está tudo bem se você tem apenas uma caneta azul ou preta. Vamos construindo as nossas relações com os materiais ao longo das oficinas, mas para começar um papel e uma caneta são suficientes. Que os materiais artísticos não te impeça de criar e participar desse momento, não deixe isso acontecer, tudo bem?

O link para participar da oficina chegará no seu e-mail cadastrado no apoia-se! VEEEEM!

Um beijo,

Rita Z.

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